Proposta é que os templos locais também participem das definições e implementem ações que fortaleçam unidade da denominação
As ações práticas que resultam do Planejamento Estratégico Integrado da Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países da América do Sul começaram a ser estabelecidas. Líderes das diferentes esferas administrativas da denominação iniciaram discussões específicas sobre como desenvolver iniciativas alinhadas com as prioridades estratégicas que foram construídas de forma colaborativa desde o ano passado e apresentadas durante o Concílio de Administradores e Departamentais (CADE).
Identidade, liderança, novas gerações e discipulado agora dão o tom do trabalho até 2030. Tais frentes de atuação visam o fortalecimento dos valores e doutrinas adventistas; a formação de uma liderança preparada para conduzir a Igreja em suas mais variadas frentes, inclusive nos templos locais; o cuidado especial com crianças, adolescentes e jovens, principalmente para que tenham protagonismo na missão; e o preparo de novos discípulos que usem seus dons para conduzir outras pessoas a Cristo.
A reunião administrativa realizada na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, tem destinado espaço para a apresentação e discussão do Planejamento Estratégico Integrado. Mas além disso, um significativo período está reservado para que metas sejam estabelecidas e debatidas pelos diretores regionais de cada ministério da Igreja.
Eles incluem, por exemplo, o Ministério Pessoal, Ministério da Mulher, Ministério da Criança e do Adolescente, Ministério da Família e Ação Solidária Adventista (ASA). Mas como esse planejamento chegará até esses mesmos ministérios nos templos locais para fazer parte do dia a dia dos membros?
“Temos desafios em cada uma de nossas igrejas locais, mas entendemos que esse planejamento nos ajudará intencionalmente a não apenas ter um foco mais claro, mas ações mais objetivas. É por isso que estamos trabalhando juntos para fortalecer ainda mais o trabalho que nossos membros já tem desenvolvido para que, unidos, completemos a missão”, explica o pastor Stanley Arco, presidente da Igreja Adventista para oito países sul-americanos.
De acordo com ele, até o final deste ano isso já deverá ser uma realidade nos templos locais na Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai, preparando os membros para pensarem em estratégicas para o próximo ano com base no planejamento geral da Igreja, em um processo que envolve a mentoria direta dos diretores de áreas dos escritórios regionais das denominações.
Participações efetivas
“A resposta tem sido muito positiva. Percebo que nossa liderança é muito unida. E desde que o planejamento foi proposto e construído em parceria, temos visto uma receptividade. Nossas líderes de nossas sedes administrativas entenderam a proposta, gostaram e, mais do que isso, estão apoiando”, detalha a professora Glaucia Korkischko, diretora do Ministério da Criança e Ministério do Adolescente para oito países sul-americanos.
Ao participar das reuniões com as diretoras desses ministérios tanto nos níveis de Uniões (territórios administrativos para um ou mais estados) e de Associações/Missões (áreas que são formadas por um conjunto de cidades ou distritos pastorais), tem percebido que as ações estão se tornando mais coordenadas. Ela avalia que a diminuição de muitos projetos e programas isolados facilitará a manutenção do foco na igreja local, naquilo que é essencial.
“Espera-se uma liderança local mais preparada, mais alinhada e com mais resultados no projeto de discipulado permanente e duradouro, que é a nossa maior necessidade”, sublinha Glaucia.
A contadora Celia Ayala, que dirige o Ministério da Mulher na Missão Equatoriana do Sul, uma sede administrativa da Igreja Adventista para a região sul do Equador, acredita que é muito importante ter esse espaço para “conciliar os desafios que temos como denominação para poder desenvolver um planejamento claro, intencional, com prioridades para que, como líderes, possamos acompanhar a igreja local de maneira muito mais próxima e ter objetivos mais claros”. “Queremos ter mais resultados e ser mais efetivos no cumprimento da missão”, destaca.
Para isso, ela ressalta que o primeiro passo é que os membros conheçam a realidade que têm em sua igreja local, seus principais desafios, e depois mergulhem a fundo no planejamento para saber como desenvolvê-lo e ter os resultados que se espera.
Apoio contínuo e constante
Na visão do pastor Edward Heidinger, secretário-executivo da sede sul-americana adventista, a definição das prioridades estratégicas potencializa o esforço coletivo para preencher lacunas ou desafios enfrentados pelas igrejas locais. Um deles diz respeito à retenção de membros, o que está ligado diretamente ao discipulado.
“Quando assumimos essa prioridade de discipular juntos conseguimos unir forças quanto a recursos financeiros e estratégias de atenção aos novos membros que estão chegando à igreja. Fazer um planejamento unificado permite priorizar aquilo que é um problema grande para a igreja local, e que às vezes, sozinha ela não consegue solucionar, mas somando às forças de todos, conseguimos superar”, sustenta ele.

O Planejamento Estratégico Integrado também contribui com o fortalecimento da unidade da igreja, que hoje se mostra um desafio crescente em diversas regiões do mundo. “Estamos vivendo em um tempo em que há uma tendência de querer avançar sozinhos. As igrejas locais olham para outras denominações e pensam: “Eles são mais independentes, fazem mais coisas sozinhas.” A independência tem um ‘charme’ que chama a atenção, mas, por outro lado, a unidade e a integração têm uma força maior do que a independência. Juntos vamos conseguir fazer muito mais do que fazemos sozinhos. Quando nos juntamos, nós criamos um movimento, uma sinergia que nos permite ir mais rápido e fazer mais”, amplia Heidinger.
Jefferson Paradello – adventistas.org